
Embora a formação de cirurgiões oncológicos no Brasil já ocorra há mais de 60 anos, exercendo importante papel no diagnóstico e tratamento do câncer, foi apenas em julho de 2017 que a cirurgia oncológica teve seu reconhecimento oficial como especialidade no nosso país. E somado à essa conquista, o cirurgião oncológico tem tornado sua participação indispensável no contexto multidisciplinar, desde a indicação das formas de diagnóstico, exames de estadiamento e definição da sequência de tratamento.
Ser tratado por um especialista em câncer tem mostrado em diversos estudos que os resultados oncológicos, refletidos na maior taxa de cura, menores taxas de complicações, de custos e melhor qualidade de vida, são bem superiores do que naqueles pacientes tratados por um não especialista em câncer. Isto porque profissionais formados em centros de excelência, com maior volume de casos, conhecimento dos princípios oncológicos e de novas opções de tratamento podem oferecer condutas mais eficazes contra o câncer e com menores taxas de recidiva.
Um exemplo emblemático é o câncer de ovário, uma doença de alta mortalidade e diagnosticada frequentemente es estágios avançados em que o papel do cirurgião oncológico é o principal fator prognóstico. A correta definição do momento da cirurgia associado ao esforço máximo para ressecção completa da doença sem trazer maior morbidade ao procedimento, faz com que as taxas de cura sejam maiores, quando comparadas a pacientes tratadas por não especialistas em oncologia ginecológica.