Mundialmente o câncer de colo uterino continua ocupando lugar de destaque na incidência entre as mulheres, principalmente nos países de média e baixa renda. Apesar da inclusão da vacina contra o HPV no calendário de vacinação de vários países e o rastreamento da doença com citologia oncótica e pesquisa de DNA do HPV de alto risco em alta escala, seus resultados só surtirão efeito ao longo dos próximos anos.

A evolução dos exames de imagem e o advento da cirurgia minimamente invasiva contribuíram para uma maior precisão no estadiamento da doença e fizeram com que o Comitê de Ginecologia Oncológica da FIGO revisasse o sistema de estadiamento baseado nesses avanços. Na nova publicação apresentada no XXII Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia, realizado em outubro de 2018 na cidade do Rio de Janeiro, foram incluídas informações referentes ao status dos linfonodos pélvicos e retroperitoneais, estratificação do tamanho da lesão confinada ao colo uterino, nova definição de doença microinvasora e o uso de dados de exames de imagem e da patologia. Todas essas mudanças refletiram em um estadiamento mais fidedigno e em uma melhor decisão no tratamento da doença.

Na ocasião também foram discutidas a melhor forma de seguimento dessas pacientes pós-tratamento, situações especiais, como o tratamento do câncer de colo uterino na gravidez e conduta na recidiva da doença.